03 junho 2007

Internet e Fraude

No caderno Donna do Jornal Zero Hora de hoje, Moacir Scliar, nosso escritor gaúcho da Academia Brasileira de Letras, coloca em sua crônica uma afirmação intrigante .

Há um lugar em que a Internet está causando problemas: a sala de aula

Em alguns trechos diz:

"Alguém duvida que a Internet mudou a vida das pessoas? Não, ninguém pode duvidar disso. A Internet não é apenas um meio de comunicação ou de informação; é um jeito de viver, um novo jeito de viver, e a história do mundo vai se dividir em duas fases: AI (antes da Internet) e DI (depois da Internet). "
...
"Em primeiro lugar, precisamos nos dar conta de que, como foi dito antes, copiar os alunos sempre copiaram, só que antes faziam isso à mão. Pode-se alegar que, desta forma, aprendiam alguma coisa, mas trata-se de uma afirmação questionável: copiar pode ser simplesmente uma coisa mecânica. O melhor é perguntar: qual deve, afinal, ser o característico de um trabalho de aluno? A mim a resposta parece óbvia. O trabalho do aluno, como o trabalho de qualquer pessoa - como este texto que vocês estão lendo - deve refletir o pensamento e as emoções de quem o elabora. Ou seja: o trabalho deve ser eminentemente pessoal. Deixem-me dar um exemplo tirado do ensino de medicina. Podemos pedir a um aluno que escreva sobre as relações médico-paciente, e aí, sem dúvida, ele encontrará na Internet montes de textos copiáveis. Ou podemos pedir que descreva um episódio de sua própria vida: uma doença que teve e o papel que o médico desempenhou então, com sua avaliação a respeito. Aí não tem como colar. Só a autenticidade resolve. E esta autenticidade será extremamente educativa para o aluno."

"Ou seja: a Internet nos ensina coisas, sim. Inclusive quando temos de pensar a respeito das armadilhas da Internet e de como evitá-las. " Veja a crônica na íntegra aqui.

Moacir levanta nesse texto uma questão importante. Onde está a causa do problema? Que tipo de propostas os educadores, fazem aos alunos ao levá-los para a internet para pesquisar? Será que muitas vezes não estamos estimulando simplesmente cópias? Onde fica a reflexão sobre as informações encontradas? Quantos educadores ajudam os educandos a centrarem sua atenção em algo, lançando propostas desafiadoras, em que precisem relacionar as informações com seu contexto a fim de transformá-las em conhecimentos? Que formação estão recebendo os docentes para enfrentar essa situação? Ficam aqui essas questões para a gente pensar e discutir, concordar ou discordar.

6 comentários:

  1. Olá...
    gostei muito do seu questionamento;´
    também fiquei pensativa em relação à crônica de Moacir Scliar... acredito que não podemos ignorar o fato da internet na sala de aula, mas precisamos encaminhar certo a utilização da mesma!! Aí a pergunta: como?!?!?!?

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  2. Olá, Marli
    Adoro ler as crônicas de Moacir Scliar, médico e escritor.A literatura é a minha paixão. As inquietações e questionamentos da natureza humana estão lá, independente do ponto de vista que o autor assuma para escrever seu texto:memórias, novela, romance, prosa poética, para citar alguns.Quando nos identificamos com a história contada, ela permanece guardada dentro da gente para aflorar quando menos esperamos.
    Ao educar crianças e adolescentes, devemos levar em conta que eles são o alvo. Partir de suas experiências pessoais sempre dá certo:dúvidas, medos, sonhos,vida em família e outros grupos dos quais faz parte. Veja a questão proposta por Scliar para evitar o copiar/colar.
    O aluno gosta do PC para jogar, conversar com amigos no MSN e matar sua curiosidade natural no Orkut. Substituir o quadro pela tela também não é a solução.Os blogs mais visitados que conheço são os que discutem política. As comunidades do Orkut mais numerosas são as que começam com palavras que demonstram revoltas diante de problemas comuns e atuais como por exemplo: Odeio...ou Adoro...
    Não tenho respostas ainda, mas podemos continuar essa conversa pelo MSN ou criar uma comunidade no Orkut.
    Abraços.

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  3. Marli, tudo bem? Veja o nosso trabalho sobre Mapas On-line que fizemos no Curso.
    Bjs
    Berna

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  4. Questões como estas nos inquientam o tempo todo: se por um lado temos alunos que se saem muito bem no ctrl+c/ ctrl+v, por outro lado a escola enfrenta outro grave problema: o despreparo de muitos professores em lidar com este tipo de situação. O fato é que isto não é característica da era digital. Alunos sempre copiaram e professores sempre aceitaram cópias...
    É preciso rever metodologias e posturas, deixar de fazer de conta que dessa forma o professor "ensina" e o aluno "aprende".

    Gládis

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  5. Tinha que ser seu conterrâneo, não é Marli?! Boa oportunidade para refletirmos sobre sobre o copiar colar. Nas capacitações que dou para professores sempre surgem estas discussões. E eu sempre peço: "Que atire a primeira pedra quem nunca copiou textos inteiros de livros e assinou como de sua autoria". O importante é darmos condições aos nossos alunos de refletirem, opinarem, criarem.
    Beijo grande amiga.
    Andrea

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  6. Pelo fato de o texto ter caráter argumentativo o autor fórmula uma tese s ideia principal que expressa seu ponto de vista ea defende em todo o texto que ideia o autor defende?

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