No dia 4 de agosto estive no Fórum Educadores Inovadores, da Microsoft, em São Paulo, para o fechamento de um período de estudos e trocas entre colegas educadores inovadores , que iniciou em março. No evento, onde também ocorreu o Concurso Microsoft 2010, que contou com a presença de uma série de especialistas em educação e tecnologias, foram levantados temas como inovação, projetos, competências e habilidades, entre outros. Quero destacar aqui alguns pontos que considerei mais relevantes.
O professor Eduardo Chaves lançou um questionamento: Como é possível promover a educação em larga escala, de forma personalizada? Segundo o educador, passamos por muitas fases em que novos recursos tecnológicos foram surgindo, sempre com perspectivas de melhorar a educação. Hoje temos as chamadas novas tecnologias que revolucionaram os costumes da sociedade e prometem revolucionar a educação pelas muitas possibilidades de utilização pedagógica. Mas o simples acesso às tecnologias pode fazer esse milagre? O professor Eduardo colocou seu receio de que um dia, futuramente possamos lamentar o fato de termos tantos recursos à mão e mesmo assim a educação continuar sem a qualidade almejada.
Então fica a pergunta: o que fazer para que a educação seja de fato mais qualificada? O acesso à escola está praticamente garantido para a maioria dos brasileiros, portanto a meta agora é atingirmos a qualidade. Então o momento é de discussão em relação à forma de educar. Fala-se em mudar o foco dos conteúdos trabalhados por si mesmos , para que estes estejam em função da aquisição de competências e habilidades, que capacitem os sujeitos na resolução de problemas. E bota problemas nisso!
Competências e habilidades são tratadas nos documentos da UNESCO que estabelecem padrões baseados nos 4 pilares de Delors: aprender a ser, conviver, fazer e conhecer. Todo educando precisa ter um mínimo de competências e habilidades comuns que devem ser desenvolvidas pela e na escola, porém é preciso considerar as tendências pessoais, as individualidades. Como alcançar esse equilíbrio? Segundo o professor Eduardo Chaves, o uso adequado das tecnologias pode favorecer muito o desenvolvimento dessa educação mais personalizada, pois permite a autonomia, a criatividade , a autoria.
O problema é que sem a mediação do professor, nenhuma tecnologia resolve nada. E para o professor se colocar como mediador é preciso de uma postura aberta, inovadora, de aprendiz juntamente com seus educandos, de orientador frente a tantas informações mais ou menos relevantes, de instigador diante dos problemas do cotidiano. Mas para atingir esse nível o professor precisa de apoio e formação. Segundo Mozart Ramos Neves, do Conselho Nacional de Educação, nada pode dar certo em educação, se o professor não for valorizado em todos os sentidos, se não tiver uma carreira atraente, que estimule os melhores a investir nela. O que fico me perguntando é até quando isso ficará só nos discursos. Se mesmo as leis não são cumpridas pelos próprios governos, como é o caso do piso mínimo nacional, então o que fazer? Nós professores estamos acostumados a aceitar qualquer migalha e arregaçar a mangas, enfrentando qualquer dificuldade pelo amor à causa. E formação, especialmente no uso de tecnologias, ainda está muito longe de acontecer de fato nas escolas. Ainda vemos muito a tecnologia como algo separado e não integrado à pratica. Como lembrou a professora Elisabete de Almeida, também presente no encontro, não basta um laboratório de informática, onde os alunos vão eventualmente, quando conseguem uma vaga, sem que seja uma rotina no seu dia a dia na escola.
Enquanto tivermos apenas iniciativas isoladas, fica difícil uma mudança real. É preciso que se repense o currículo como algo mais vivo e parte da realidade do aluno. Isso está começando a acontecer, mas de forma insuficiente ainda na prática. E , se levarmos em conta a realidade, devemos saber que as tecnologias estão enraizadas em praticamente todas as atividades da sociedade e no dia a dia dos jovens e crianças. No entanto todos precisam pegar juntos na escola, usando-as como recursos e estratégias de aprendizagem e não simples complementos das aulas que no fundo só perpetuam as velhas práticas centralizadoras.
O evento foi emocionante na hora da premiação e levou às lágrimas muitos dos educadores presentes, pois o reconhecimento do trabalho dos professores inovadores não é tão comum. Na maioria das vezes ele fica anônimo e é preciso muita força de vontade para levá-lo adiante sem o incentivo necessário. Veja as palestras aqui.
ME EMOCIONEI O LER SEU TEXTO. REALMENTE É PRECISO QUE HAJA UMA REVOLUÇÃO NA EDUCAÇAO, UMA MAIOR VALORIZAÇÃO DOS EDUCADORES. INCENTIVAR, LEVANTAR A AUTO ESTIMA, INVESTIR NA FORMAÇÃO CONTINUADA, MELHORES SALARIOS, ENFIM SER RECONHECIDOS.
ResponderExcluirESTAMOS EM PERIODO ELEITORAL, ASSISTO AO HORARIO POLITIO (QUE MAIS PARECE "HILARIO POLITICO), E NÃO OUVI DOS CANDITADOS, PROPOSTAS QUE VISE MUDAR ESSE QUADRO.
O QUE NÃO PODEMOS É NOS DESANIMAR! UMA SEMENTINHA PLANTADA AQUI, OUTRA ACOLÁ, E ASSIM TORCER PARA QUE CRESÇAM, SE MULTIPLIQUEM COM BONS FRUTOS.
Muito bom o post, se trantando de educação e educação EAD que no século XXI, não é mais uma ferramenta extinta e de dificil acesso a todo publico. Hoje temos acesso as novas tecnologias e fontes de informação sendo o processo de aprendizado autônomo e criativo, em relação ao ensino regular antigo,onde os profissionais de educação ainda são engessados ao sistema. Mesmo com avanço de todas tecnologias existentes ainda falta a valorização dos educadores e dos sistema de ensino.
ResponderExcluirObrigada pelos comentários! Com o tempo, a EAD está ganhando credibilidade. Muitas pessoas tem o acesso à formação com mais flexibilidade de tempo e espaço. Abraço!
ResponderExcluirA EaD entra nesse panorama do século XXI com muitas possibilidades, realidade, promessas, ressalvas, desconfianças, recusas...
ResponderExcluirTemos que ter como ponto de vista, a clareza sobre o referencial que guia e interpreta para trazer de sua experiência a melhor essência do ato de ensinar.
Abraços!