06 abril 2007

Para ler, pensar e discutir

Alguns dos maiores problemas para a aplicação das tecnologias na educação, são resistências de professores, por desconhecerem o assunto, falta de espaço para que profissionais habilitados desenvolvam o trabalho de formação, limitações de ordem técnica. Este artigo da Dra Betina Van Staa coloca de forma muito fiel a situação que ocorre em muitas escolas. Vale a pena ler!
Como criar um ambiente favorável para a tecnologia na sua escola

O educador aprende quando se sente “tocado”, quando encontra espaçopara que sua experiência se converta em fonte de saber (Hernández e Sancho, 2006).

É possível fazer com que a tecnologia educacional se torne parte do currículo de qualquer escola? Essa é uma das grandes perguntas a que professores, diretores e pesquisadores de todo o mundo estão tentando responder. Há especialistas que questionam até mesmo se as escolas e seus professores estão minimamente preparados para utilizar essa nova tecnologia no seu cotidiano (Ramal, 2000; Faria, 2002; Kadel, 2006-07; Kay, 2006). Por outro lado, já existem muitas experiências que nos revelam que é possível realizar essa integração da tecnologia ao currículo de uma escola de uma maneira bastante significativa para todos os envolvidos. O importante é criar um ambiente favorável à disseminação das novas práticas pedagógicas que surgem com a tecnologia.
Antes de tudo, é importante ter clareza sobre um ponto: quando se pensa em tecnologia educacional, temos que levar em conta que não existe uma tradição de uso dos atuais recursos tecnológicos na escola. Os professores de hoje não tiveram mestres que utilizassem computadores e Internet em suas aulas, portanto, não têm nenhum modelo para imitar. O uso da tecnologia necessariamente transforma as práticas pedagógicas existentes em uma escola, pois cada professor tem de descobrir como e quando utilizar o recurso (Cavallo, 2004; Kadel, 2006-07). Nenhuma transformação pode ocorrer sem o devido envolvimento do professor (Hernandez e Sancho, 2006-07).
A seguir, apresentamos uma maneira como muitas escolas estão conseguindo realizar uma integração significativa da tecnologia ao seu currículo, a partir do momento em que oferecem recursos disponíveis para sua comunidade:

1 — Incentivo ao trabalho dos “desbravadores”

Professores, como muitos outros profissionais, têm rotinas de trabalho intensas, repletas de obrigações muito variadas e horários rígidos. Não se pode imaginar que, só por terem acesso à Internet, a portais e a softwares (em algum lugar da escola ou em casa), eles vão conhecer as novidades e sair aplicando todos os recursos com seus alunos.
Esses profissionais precisam de incentivo, apoio e tempo para se interessarem pelas possibilidades que a tecnologia oferece. Alguns precisam de mais tempo, mais apoio e mais incentivo para compreender o real valor da tecnologia para o desenvolvimento da sua prática pedagógica.
Quem pode exercer esse papel de incentivar e dar apoio aos professores de uma escola para o uso da tecnologia educacional? Vamos chamar essas pessoas de “desbravadores” da tecnologia. São indivíduos que têm interesse em descobrir as aplicações para os recursos disponíveis e que sabem ensinar outras pessoas a utilizá-los. Podem ser coordenadores e professores de informática ou de outras áreas, ou até alunos (Riel e Becker, 2000; Smith, 2006-7).
Repare em sua escola: Quem são esses desbravadores? Eles têm a oportunidade de oferecer apoio ao corpo docente de modo a promover a integração da tecnologia ao currículo? Estão sendo incentivados a fazer isso?

2— Divulgar os resultados

Trabalhos realizados com recursos tecnológicos ficam registrados e freqüentemente podem ser divulgados com facilidade em sites do professor ou da escola, blogs, CDs ou outros instrumentos. Em ambientes que favorecem o uso da tecnologia, os professores têm prazer em partilhar e divulgar os trabalhos dos seus alunos, atitude que indica que confiam no próprio trabalho e permite que os mestres aprendam uns com os outros a partir da troca de experiências.
Não há nada mais significativo que ver o resultado de um trabalho de qualidade, que contou com o empenho de professores e alunos. Se um professor criou um blog ou um site que motivou os alunos, ele merece ser partilhado. Se os alunos criaram trabalhos digitais sobre algum assunto relevante, eles devem ser divulgados. Se foram produzidos jornais ou livros, eles devem ser lidos.
Se um colega fez um trabalho interessante, por que não tentar também? O momento em que surge esse questionamento é o mais propício para o desbravador ajudar diferentes professores a desenvolverem novas práticas pedagógicas. Esse é o momento em que o professor descobre que o resultado de um trabalho que envolve tecnologia pode ser interessante. Provavelmente, agora ele só precisará de um pouco de ajuda para realizar um outro trabalho também muito interessante com o auxílio dos novos recursos que tem à sua disposição. A escola não pode perder essa oportunidade.
Preste atenção se sua escola incentiva a divulgação de diferentes trabalhos realizados pelos professores com seus alunos. Essa divulgação é bem recebida pelo corpo docente e discente?
Uma escola está visivelmente avançando quanto ao uso da tecnologia quando se percebe que há cada vez mais professores utilizando os recursos, com liberdade para criar seus projetos e desejando partilhar idéias com os colegas. É isso que se entende por integrar tecnologia ao currículo.
Por Dra. Betina Von Staa

9 comentários:

  1. Muito bom Marli! O artigo da Dra. Betina traduz exatamente as minhas inquietações e questionamentos e de muitos outros que se aventuram nessa "Nau"! Já separei e vou discutir com as outras meninas da escola. Você acertou no alvo!
    beijos

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  2. Oie!!!
    Muito bom o artigo, adorei quando fala da diculgação dos trabalhos realizados, a troca entre os professores é muito inportante para o cresimento do trabalho....
    Um abração e Feliz Páscoa!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Extremamente elucidativo, acredito piamente nas palavras da Dra. Betina, não basta inserir os computadores, não basta colocar programas tutores como foi feito nos USA, e o resultado é manchete hoje no Washington Post, de que o computador não melhorou a qualidade do ensino, é preciso investir no professor, só acho que a Betina deveria sair em defesa de cargas horárias menores, que é uma tendência esquecida, pois nos dias atuais, ou se opta por ser um bom professor e não ter vida além dessa, e andar sempre stressado, ou ser professor e trabalhar pouco, fazer bom trabalho, mas viver de juros, juro que pago.

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  6. Anônimo7:20 PM

    Muito legal! È bom saber que em nossa escola já fazemos isso. Valorizamos as produções e procuramos expor para toda a comunidade escolar. Logo que um professor cria um blog incentivamos que os outros acessem e deixem recadinhos. Pois sabemos que as mudanças ocorrem aos poucos.

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  7. Excelente artigo Marli!

    Como já disseram.... acertou em cheio no alvo!


    []'s

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  8. Olha ai um site massa!
    Tu pode avaliar os professores de qualquer colégio!
    Ai, tu pode comentar as avaliações dos outros, ou fazer novas avaliação descrevendo os professore e as escolas!
    tentam ai pessoal ;)
    flw

    Ta ai o endereço
    http://www.cutucada.com

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  9. Este texto só vem a corroborar a minha visão sobre a importância do processo de sensibilização dos educadores para o uso pedagógico dos recursos tecnológicos. Sou coordenadora de sala informatizada, e desempenho o papel do que você denomina de "desbravadora da tecnologia", buscando minimizar a resistência daqueles que ainda se sentem desconfortáveis diante da tecnologia. A discussão sobre as ferramentas e as diferentes possibilidades do seu uso na construção do conhecimento tem sido muito eficaz para desfazer os mitos que pairam sobre a tecnologia.
    Às vezes,o professor não acredita na sua capacidade de lidar com o computador, e quando você mostra para ele, fazendo-o experimentar seus recursos, que ele tem capacidade sim, ele vai construindo uma imagem diferente sobre si mesmo e a máquina, abrindo um leque de possibilidades!

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