25 outubro 2009

O Impacto do Internetês no Ensino

DILEMA NA ESCOLA

O jeito de escrever da internet invadiu a sala de aula

Pais e professores precisam se adaptar para saber como lidar com a linguagem digital usada pelos filhos

C vc n tah entendendo nd do q tah escrito aki, eh melhor ir c acostumando: a língua surgida na internet invadiu as salas de aula, e o fenômeno é tão forte que especialistas lançam um alerta. Quem precisa se adaptar são os pais e os professores. Matéria completa, com recomendações aos pais e professores, aqui.

O jornal Zero Hora de hoje publicou a matéria acima. Para quem já está há algum tempo incluída digitamente como eu me considero, isso já é assunto velho. Mas para muitos que vivem à margem das telas, ainda é novidade. E por incrível que pareça, entre esses também colegas professores. Meus caros leitores, não sei se vocês concordam com as afirmações da reportagem e gostaria até de levantar um questionamento a respeito aqui no blog. O internetês é um dilema para você que é professor? Tem atrapalhado a linguagem padrão de seus alunos? Os pestinhas fazem confusão entre uma coisa e outra? Bem , eu acho que a falta de competência na escrita não se deve exatamente ao uso de uma linguagem muito particular criada para facilitar a comunicação ágil com trocentos ao mesmo tempo, de forma escrita, mas com características de quem está querendo é só falar. A realidade é que temos agora um novo meio de comunicação entre os jovens e crianças, nossa clientela e não dá pra tapar o sol com a peneira. Particularmente, penso que eles sabem diferenciar e adequar-se às situações de comunicação que exigem diferentes formas de expressão escrita. E se não sabem, o professor pode mostrar, mas para isso precisa conhecer essa linguagem e não achar que ter um msn é "pecado", "coisa de quem não tem o que fazer". Nossos alunos veem muita televisao e se não assistimos, porque a programação é ruim, como vamos ensiná-los a ser críticos e seletivos? Da mesma forma, não podemos criticar o uso do orkut se nunca entramos lá para ver o que rola pelo menos. E quem sabe, em vez de perderem tempo em fussar a vida alheia e falar tanta abobrinha, ensinamos eles que lá tem comunidades de Mario Quintana, Che Guevara, etc, etc e não só "eu odeio isso ou aquilo"... Eu vejo não só pelos meus alunos, mas principalmente pelos meus filhos, que vivem dependurados no teclado (qdo posso eu tb fico, rsrsrrsrs...) . Nenhum dos dois tem problemas com a escrita. Por sinal escrevem muito bem, apesar de que vivem rodeados de livros e só um deles é leitor dedicado. E por ele vejo que o computador não pode ser considerado o vilão, senão teria esquecido dos livros. O que faz a diferença é o estímulo dos adultos, é o exemplo. Não diga "Faça o que eu digo , mas não faça o que eu faço". Leia! Demonstre entusiasmo e o vírus da leitura se propagará com certeza. Se não em todos , pelo menos em vários. Essa é a melhor forma de preservar a linguagem padrão. E quem se escandaliza com o internetês, ainda não se deu conta de que a linguagem é viva, maleável, está sempre em movimento e é um instrumento para nos servir em qualquer situação comunicativa e não para nos aprisionar.
Bjssssssssssss, :)


10 comentários:

  1. Perfeito! Não enfrento muitos problemas em relação a isso na sala de aula, pois minha área de trabalho é o espanhol, mas tenho amigos professores de língua portuguesa que passam diariamente por isso, lidar com o internetês. Porém, a maioria deles consegue lidar com isso sem graves problemas, utilizando o internetês a seu favor, demonstrando as diferenças, incentivando a leitura, mostrando comunidades voltadas para a cultura e a literatura no orkut, etc.

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  2. É Patrícia, tudo está na forma como lidamos com isso. E encarar isso como mais uma variante linguística, que deve ser usada no contexto adequado, é papel do profissional que ensina o uso da linguagem. BJ!

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  3. Olá Marli

    Primeiramente parabéns pelo texto. Se me permite vou socializa-lo com os meus professores por aqui.

    Mesmo detestando o internetês, vou falar sobre uma atividade em que o usei como "aliado" e não como "inimigo".

    Peguei o poema Ou Isto Ou Aquilo da Cecilia Meireles e pedi ao meu filho que o transforma-se para o internetês/miguxês.

    Feito isso distribui entre eles o poema e fiz a leitura junto com eles e depois pedi a eles que levassem o poema para a sua forma correta.

    depois pedi que eles escolhessem um poema, uma musica, uma noticia ou um texto e o levassem para o internetês/miguxês e depois trocassem o material produzido com os colegas que voltariam com eles para a forma correta.

    Isso gerou um debate sobre a necessidade de se comunicar e as formas de comunicação (escrita/verbal/não verbal)e a importância da escrita (formal/culta) na vida das pessoas.

    Foi uma atividade bem legal de fazer e os resultados foram fantásticos.

    Parabéns por trazer esse tema ao debate.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Robson!

    Pode usar à vontade. Eu também não aprecio, mas respeito como um variante de nossa linda língua portuguesa e acredito que tem uma boa função, pois a gurizada nunca se comunicou tanto por escrito. E o mais importante são as ideias que se desencadeiam, as relações que solidificam. A forma, se é A ou B, pra mim é secundária. Mas eu incentivo muito exploração máxima da língua com toda a sua beleza de metáforas e simbologias. Com toda a poesia possível. E quem disse que não há poesia em XD:) ? Beijo!

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  6. Oi Marli :)

    Eu leio desde que consegui decifrar os códigos e lia TUDO o que aparecia na frente. E não sei nem porquê. Minha família não lê muito, não lembro de estímulos fora do comum na escola, tb.

    Os livros é que me encantaram, as histórias, as vidas, os lugares :)

    Esta gurizada tem muitos caminhos encantadores para seguir e, de um modo geral, eles falam a língua de cada um deles.

    beijossssss

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  7. Suzana!
    Acredito que existe umasensibilidade diferente para a leitura em cada um. Também na minha casa ninguém lia e por ironia quem me incentivou foi meu pai, que nunca aprendeu a ler e trazia gibis que pegava emprestados com um amigo. Bom demais!

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  8. Oi, Marli!

    Ouço até entre os alunos a afirmação que o internetês atrapalha... virou um concenso (melhor seria um contracenso!)... as pessoas repetem isso sem refletir...

    E aí é que mora o perigo: a gente vai repassando uma opinião sem pensar muito sobre ela... e não busca alternativas para superá-la...

    Fica estabelecido que essa linguagem é nociva ao "bom texto" (?) e ponto.

    Em vez de discutirmos sobre variação da linguagem e coisa e tal...

    A gente tem um bom chão pela frente até que o Internetês (e as tecnologias...) entre na sala de aula...

    Também não uso essa variante da língua por pura incapacidade...

    Parece que, quando os alunos estão no msn ou no orkut comigo, usam menos o Internetês do que ao teclar com amigos? ou é impressão???

    Beijos

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  9. Olá, Marli!
    Parabéns pelo texto. No link para a Matéria completa, com recomendações aos pais e professores, encontrei um vídeo onde mostra como seria se os jovens realmente falassem da maneira como escrevem na internet. Um material muito interessante para gerar um debate com os alunos em sala de aula.
    Gostaria de citar também um trecho do texto "Internetês" da Educadora Amelia Hamze que diz:
    Acreditamos que “não adianta resistir”, pois temos que pensar a educação associada ao pensar do uso da tecnologia. Isso deve ser uma atitude constante no pensar dos educadores e especialistas da educação. Pois a existência da internet está muito generalizada tanto na escola pública como na particular. O importante papel do educador é o de preparar o educando para usar criticamente as diversas formas de linguagens e também utilizá-las de maneira adequada.
    Texto na íntergra:
    http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/internetes.htm#

    Bjs...(rsrsrsrs)

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  10. Olá!

    Gostei bastante deste post, concordo com muitas ideias; principalmente a que se refere a conhecer o que a garotada gosta para poder desenvolver o pensamento crítico.

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