20 fevereiro 2012

A educação vai se reeducar?


Reveja aqui o debate na íntegra


Esse foi  o questionamento que norteou um dos debates mais interessantes a que assisti na Educaparty, em SP e por si só muito instigante. Destaco aqui algumas ideias dos debatedores  que mais me chamaram atenção e depois deixo minhas conclusões.

Tiremos o foco do ensinar e o coloquemos no aprender com tecnologias. Aprendemos em todo lugar, não só na escola, em casa, na rua. Como mobilizar a sociedade para ações de aprender com tecnologias e dar importância a isso? Existe muita inovação acontecendo, escolas públicas derrubando paredes para mudar essa estrutura de sala de aula, professor de física usando laboratórios remotos, professores alfabetizando alunos com computadores e tablets, professores que fazem atividades online com cidades remotas, entre outros exemplos. A inovação está acontecendo, mas não vem assinada por decreto. São os educadores, que com ou sem tecnologia se propõem a mudar.A tecnologia potencializa essa possibilidade de mudança, mas não muda a cabeça.Se o educador está formatado para uma educação tradicional, a tecnologia será usada no mesmo modelo de um emissor para muitos receptores. Precisamos acreditar que é possível,  ver as  coisas boas acontecendo, senão é difícil caminhar. A sociedade inteira tem a responsabilidade de educar, não apenas o professor. Os pais devem participar, sugerir, acompanhar o que a escola faz e se não estiverem satisfeitos com as respostas devem buscar outra escola. A escola tem um espaço para socialização importante para aprender a conviver em sociedade. É preciso equilibrar isso com a  aprendizagem. Cada um é a mudança que quer no mundo. Não é a academia ou o mercado que vai mudar. Professor não é palestrante. Professor deve instigar e mediar a construção do conhecimento. (Mílada Tonarelli Gonçalves)

O grande desafio para os pais e professores é estar aberto para aprender com quem se ensina, de forma menos hierarquizada. Precisamos de uma mudança humana, pois a tecnológica está já razoável. Precisamos preparar as famílias para receber todas as mídias e para interagirem . O fato dos fi s só com a família. Qual o objetivo com o seu filho na escola? É que ele se forme com certa idade? Quero que meus filhos terminem o ensino médio e vão viver a vida, descobrir do que realmente gostam e só depois entrar na universidade, porque aprender não é só estar na escola. Precisamos de famílias interativas,  que não significa necessariamente a mesma coisa que famílias conectadas. Só o diploma não garante que os profissionais deem conta das novas demandas. É preciso lapidar e sempre renovar. (Samantha Shiraishi) 

Que perguntas norteiam nossa vida como educadores? As perdas, as mudanças também trazem muitos ganhos, aprendizagens , pois o cérebro fica aberto para a inovação.O que deve entrar na escola é a cultura digital. Todos já estão inseridos nela, basta pensar no celular, no microondas, no email. Por que ao chegar na escola, fecha o portão e ela fica lá fora? Por que ainda temos que reproduzir na educação o modelo industrial em que todos tem que aprender a mesma coisa e do mesmo jeito, se os interesses são diferentes na mesma idade? É preciso aproveitar a questão da mobilidade e utilizar tempos e espaços além da sala de aula, provocar os alunos em grupos para pensarem perguntas , sem ficar fazendo avaliações que exigem respostas iguais porque estão no livro. Os professores tem necessidade e vontade de aprender e é nas trocas que a formação vai acontecendo. É aprendendo junto com o aluno que as  coisas irão acontecendo. Não há necessidade de saber tudo para começara inovar.é tão bom ousar, experiemntar o novo. Por que se conformar com o que está aí ? A criança é sim agente de educação, mas muitas  vezes a familia espera um produto , um resultado. Mais do que o resultado é preciso valorizar o processo, como algo que também pode ser prazerozo.(Priscila Gonzales) 

Cita o artigo “Educação não é solução”: só haverá mudança fora do modelo atual de educação tão arraigado . Eu não vejo se o copo está cheio ou vazio, vejo a dinâmica, se o copo está enchendo ou esvaziando. Observo minhas filhas e vejo que o interesse pela escola vem diminuindo  cada ano. nunca tive a coragem de tirar minhas filhas do sistema. (Maurício Curi) 

Em que medida a tecnologia renova o modelo educacional? Só o uso de tablets, computadores, celulares garante esse espaço para a mudança, se a estrutura , as relações continuam antigas, retrógradas? A tecnologia está gerando um incômodo no ambiente educacional e isso abre o debate sobre a renovação. Será que enfim vamos poder escutar Paulo Freire e outros que propuseram uma mudança e nunca foi dada a mínima? A iniciativa de pais e professores pode  intervir para melhorar o sistema  da escola. No caso da escola particular, podem até trocar de estabelecimento, porém na escola pública, há agentes decisores ( coordenadores, secretários, chefes, burocratas) que atuam longe da escola, impedem  a iniciativa dos professores que querem mudar o sistema e dos pais que querem ser atendidos. Fica o recado: um dia, de qualquer jeito, vamos tirar vocês daí, seja por voto, seja por pressão popular e vocês vão parar de resistir a essas mudanças. Tem uma proposta do Senador Cristóvão Buarque que diz que filho de político deve estudar em escola pública.(Luiz Algarra )
 
O debate foi muito rico e mostrou os diversos pontos de vista, de pais e educadores. Importantes reflexões que se fazem necessárias, pois a educação é um processo  que precisa acopmanhar as mudanças do mundo. Não se vive hoje da mesma forma que alguns anos atrás, mas  quando se tenta mudar  certos paradigmas, nem todos aceitam. Nos acostumamos muito fácil a fazer tudo igual. A mudança  exige que a gente saia da zona de conforto, renovando , inovando. Educar, hoje, não é mais algo restrito à escola. A escola precisa se abrir para o mundo, trabalhar com os saberes que os alunos já trazem de casa, da sociedade. A familia também precisa estar mais presente  nas aprendizagens, interagindo em casa e na escola  participando da construção do conhecimento. Obviamente, escola e familia, cada uma deve dar prioridade ao seu papel principal, trabalhar conhecimento e passar valores, respectivamente, no entanto, ambas lidam com seres humanos complexos e que aprendem dessa forma, necessitando da influência tanto de uma quanto de outra, complementando-se. Escola não é único lugar onde se aprende e nem se aprende de um único jeito.  A educação precisa se reeducar para ser mais flexível em seus tempos e espaços. Adorei o debate!
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3 comentários:

  1. Olá Marli ,sou professora da Prefeitura do Rio de Janeiro, trabalho na 4ª Cre na área do Complexo do Alemão, conheci seu blog pela net e gostaria de fazer um pedido para que me ajude indo no link abaixo e deixando um recadinho.Estou concorrendo com o meu texto:"Transformando um Sonho em Realidade" no concurso Educação Nota 10 do Globo.
    A segunda etapa da seleção acontecerá agora no dia 01/03/2012.
    Será que vc poderia visitar o link e deixar um comentário por lá.

    Esse é o link:
    http://www.educacao10.syncmobile.com.br/?p=576


    Conto com a sua ajuda!
    Qualquer problema, postei também o link no post do meu blog, é só ir lá e clicar (http://ler-com-prazer.blogspot.com).
    Os critérios além da análise do texto por um juri, inclui visualizaçao da página (acessos) e comentários. Agradeceria muito a sua ajuda para conseguir... Beijocas.Paz e Luz!Obrigada! E até breve...
    Ah! Meu outro blog da escola aonde trabalho é http://escola-lais-netto-dos-reis,blogspot.com

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  2. Ola professora .
    Passando,aprovando&seeguindo.
    Acho que como em alguns paises aqui os professores deveriam ser muito respeitados a ponto de serem tratados com muito temor.
    Beijiinhos :*
    @per_feitosparaoamor
    @ferly_victoria
    http://reverseobrlife.blogspot.com/

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  3. obrigada pela visita , meninas. deixei meu recado no teu post, Del. Voltem sempre!

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